Tempo Quaresmal | Diácono Thiago Mendes

Queridos irmãos e irmãs, devotos da Mãe Aparecida,

Estamos adentrando no Tempo da Quaresma, período que fazemos memória dos 40 anos que o antigo povo de Israel caminhou no deserto rumo a terra prometida, após ser libertado da escravidão que vivia no Egito. Liberdade que é motivo de ação de graças de geração em geração.

Contudo, a Quaresma é evidenciada por ser um tempo litúrgico que antecede a Páscoa do Senhor. Desta forma, é um período de preparação para melhor vivenciarmos e celebrarmos a Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.

A Quaresma tem a duração de 40 dias, fazendo referência ao mesmo período que Jesus foi tentado no deserto em Seu combate espiritual (Mt 4,3; Mc 1,13; Lc 4,2). Portanto, trata-se de um tempo privilegiado, um convite à conversão, a luta espiritual, a oração, ao jejum, a caridade, a penitência (Mt 6,1-18), e a um momento maior de escuta da Palavra, unindo todo o nosso ser a Cristo no “deserto”, como nos recorda o Papa Francisco em um de seus escritos para esse tempo, para fazer o mundo “voltar a ser aquele jardim da comunhão com Deus que era antes do pecado das origens”.

Portanto, estamos em um tempo de recomeço, de buscar uma vida nova, de reviver a vida e as promessas batismais que um dia assumimos e renovamos na Vigília Pascal. Mas, esse ato não pode ser unicamente um ritual; deve estar inserido em nossa vida cotidiana na busca pela nossa constante conversão, uma vez que os batizados, filhos (as) de Deus, são chamados ao discipulado, dia a dia.

Falar sobre conversão, ou seja, sobre mudança de direção e de pensamento, requer fazermos um exame de consciência para crescermos em conhecimento próprio, a fim de descobrir o que nos aproxima ou afasta de Deus.

O exame de consciência, muitas vezes nos chama a fazermos sacrifícios para vencermos pecados, vícios, desordens, entre outras coisas que nos distanciam do Altíssimo.

Entretanto, guiados pelo Espirito Santo, se unirmos os nossos sacrifícios aos de Cristo na cruz, ganhamos força para vencer com maior facilidade aquilo que nossa consciência apontou que nos afasta de Deus, uma vez que ”….o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós…” (Rm 8,26-27).

E assim morrerá em nós o homem velho e daremos passos à realidade do homem novo, em Cristo. Em outras palavras, caminharemos com Jesus no combate espiritual, na luta pela santidade. “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,4-8).

Na busca pela santidade nesse tempo quaresmal podemos também fazer sacrifícios, atos de amor, para o bem estar da esposa, do marido, dos filhos, de um irmão de comunidade, de qualquer pessoa que esteja sofrendo, seja por problemas do corpo ou da alma, pois desta forma estamos também nos unindo a Cristo, o Servo Sofredor, o Filho de Deus, anunciado em Isaías 53, que veio servir e sofrer em favor de Seus servos (Mc 10,45).

Santa Teresinha do Menino Jesus no seu dia a dia no Carmelo fazia sacrifícios de amor por suas irmãs de comunidade e os oferecia a Cristo. Ela chamava esses sacrifícios de “Flores para Jesus” e, assim, alcançou a santidade, a perfeita união de Amor com Cristo!

Fácil? Não!

Mas com Jesus no dia a dia, e com Maria, nossa Mãe, a perfeitíssima Flor do Senhor ao nosso lado, a conversão, a luta espiritual, o jejum, a caridade, a penitência e os sacrifícios, se tornam possíveis!

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